Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta Referendo ao aborto

O "sim" não vinculativo...

O "sim" no referendo de domingo recolheu 59,25 % dos votos expressos: O "não" ficou-se pelos 40,75 por cento. Mas como apenas 43,61% dos eleitores foi votar - eu votei - a participação não foi suficiente para tornar obrigatória a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Resta acreditar que o primeiro-ministro vai alterar a lei, como prometeu em caso de vitória não vinculativa do "sim". Por outro lado, interrogo-me: é a nossa democracia ainda muito "jovem" ou os portugueses estão-se mesmo nas tintas para referendos??

O acto sexual e a reprodução

«O acto sexual é para ter filhos» - disse na Assembleia da República, no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado num debate sobre a legalização do aborto. A resposta de Natália Correia, em poema - publicado depois pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano - fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso: Já que o coito - diz Morgado - tem como fim cristalino, preciso e imaculado fazer menina ou menino; e cada vez que o varão sexual petisco manduca, temos na procriação prova de que houve truca-truca. Sendo pai só de um rebento, lógica é a conclusão de que o viril instrumento só usou - parca ração! - Uma vez. E se a função faz o órgão - diz o ditado - consumada essa excepção, ficou capado o Morgado. (Natália Correia - 3 de Abril de 1982) (Recebido por email)

Legislação dos países da Europa relativa ao aborto

Imagem
O mapa é da BBC , que compilou, de forma clara e sintética, a legislação em vigor nos diferentes países europeus. (Clique no mapa para ler o texto da BBC - em inglês)

O aborto e a natalidade

Em França, há mais de 30 anos que o aborto foi despenalizado. França tem, actualmente, a mais elevada taxa de natalidade da Europa dos Vinte e Sete: em 2006, foi atingido o limiar das duas crianças por mulher. A média europeia é de 1,5. "Pourquoi cette vigueur exceptionnelle de la fécondité française ? Parce que les femmes travaillent ! C'est une des raisons fondamentales de ce dynamisme démographique (rapporte RTL). En France, les femmes peuvent occuper un emploi et avoir des enfants sans être regardées de travers. Ce qui n'est pas le cas en Allemagne, par exemple. Dans l'hexagone, le taux d'activité est extrêmement important : 82% des femmes entre 24 et 49 ans sont actives. Et même si tout n'est pas parfait, il existe beaucoup de solutions pour accueillir les jeunes enfants. Places de crèches, assistantes maternelles, nounous. Plus une scolarisation précoce : 35% des petits vont à la maternelle dès 2 ans, et près de 100% à l'âge de 3 ans." In Psychom

Eu voto "sim"

Em nome da liberdade. Votar "sim" no referendo sobre a despenalização do aborto não obriga ninguém a abortar. Votar "não" retira o direito de o fazer a quem precise.

Sobre o "início da vida"

"O pulmão só funciona a partir das 28 semanas. A tiróide só segrega hormonas aos quatro meses. O cérebro só amadurece a partir dos cinco meses, aí os neurónios conseguem permitir ao feto o movimento voluntário. Se perguntar às mulheres quando sentem o primeiro pontapé, todas são unânimes em dizer seis meses. (...) [O coração] Funciona desde as três semanas, mas as válvulas só se formam aos cinco meses e só aí os vasos sanguíneos chegam a toda a parte." Sobre a "banalização" do aborto "Segundo o estudo da APF [Associação para o Planeamento da Família] , a maior parte das mulheres que abortaram usava métodos contraceptivos, abortou até às dez semanas e tinha formação secundária ou superior. A gravidez é um acidente de contracepção e 90% não repete a experiência." As respostas postadas acima, em itálico, são do Dr. Mário de Sousa. "Cientista de proa na procriação medicamente assistida, Mário de Sousa é 'pai' de centenas de filhos de casais infé

O blogue do "sim"...

... publicou um vídeo delicioso sobre a incapacidade das mulheres para decidirem...

Ainda o aborto

A Dunyazade, no seu Escrita , escreveu um texto fabuloso em defesa da despenalização do aborto, onde desmonta, com realismo e crueza, uma boa parte dos argumentos do "não". Sem copiar todo o post, permitam-me estas transcrições: "(...) Vocês imaginam uma mãe que aceitasse estar nove meses grávida e depois desse esse filho por não ter dinheiro para criá-lo? Imaginem isto implantado à larga escala. As vossas mães a carregarem os vossos irmãos no ventre e depois vocês nunca mais os verem; as vossas mulheres a fazerem o mesmo; as vossas irmãs, as vossas cunhadas. Milhares e milhares de bebés dados todos os anos para adopção. E toda a gente sabe que a vida no orfanato é maravilhosa, não sabe? Com sorte até podia calhar na Casa Pia! Mães deste Portugal a carregarem filhos que nunca mais iam ver." "E um dia, quando o "azar" bater à porta desta malta, espero que as respectivas filhas ou irmãs façam o mesmo. - Ó pai, vê lá, se tu tivesses votado... " No

O referendo sobre o aborto

Uma das poucas vezes, nos últimos tempos, em que a comunicação social francesa falou de Portugal foi quando foi decidido realizar o referendo sobre o aborto. Os media franceses aguardam agora o resultado da consulta popular do dia 11 de Fevereiro com a mesma expectativa com que aguardam o fim da ditadura na Bielorrússia... Porque em França, só Le Pen e a extrema-direita neonazi é que são contra o aborto. E mesmo Le Pen já desistiu de incluir esse tópico na campanha eleitoral.